Eu sabia que nos voltaríamos a encontrar. Sentia-o de uma forma estranha.
No passado Sábado, fui ao encontro da velha casa que tantas vezes testemunhou o nosso amor. As paredes estavam mais amarelecidas e o ar vazio, marcava ainda mais o seu abandono.
O quarto guardava o teu perfume, doce e ao mesmo tempo agreste. Sentei-me naquela cama, despida de lençóis, mas ávida de aconchego.
Recordei os momentos únicos de prazer ali conseguidos. O suor, os nossos corpos em perfeita sintonia, os gemidos quando o orgasmo chegava.
Arrepiei-me e as minhas mãos tremeram. Buscaram a tua boca, os teus lábios quentes e sedosos… o teu corpo nú.
De repente adormeci… sonhei contigo uma vez mais. Estavas no jardim da velha casa a sorrir para mim. Seguravas nas mãos duas canecas de chocolate quente.
O sol despedia-se no horizonte, tocando o horizonte avermelhado. Junto á mesa de pinho bravo, abraçámo-nos e jurámos amor eterno.
Um grupo de aves veio saudar-nos, e os nossos beijos foram tocados pelo vento leve, que então soprou.
Acordei assustado com o ranger da porta da entrada, que de seguida bateu. Levantei-me e fui espreitar. Pela fresta consegui vislumbrar um vulto, envolto numa capa branca. Tinha a cabeça coberta e colocava duas velas em cima da mesa rectangular da sala. Em seguida, começou a despir a pesada roupa que trazia, voltou a cabeça e disse-me:
- Sou eu! Voltei!
E no soalho da velha casa, gasto pelo tempo, fizemos amor, oferecendo de presente aos Deuses, o momento eterno do nosso reencontro.
6 comentários:
Amigo
Como só comentei ultimamente no teu blog, para dizer disparates, quero agora falar a sério.
Conheço-te há cerca de 15 anos, por isso não adianta escrever: o texto é lindo. Pois claro que é! Eu sei de sempre como tu escreves bem. Como és sensível, como tens um coração de ouro.
As tuas palavras são sempre mágicas, profundas e brilhantes. Falar de ti também não é fácil. Quando amamos alguém, como tu sabes que eu te amo, (mesmo que seja um amor de quotidiano), é ser-se sempre parcial.
Só quero dizer-te meu querido, que é uma benção ter-te como amigo, como companheiro, como amante, como homem, commo ser humano, como tudo.
E aqui, escrevo em nome dos nossos companheiros de vida. É uma opinião generalizada e muito, muito sentida.
Mesmo quando tens "vipes" que nos deixam aflitos, mesmo nos momentos em que te afastas, porque preservas muito o teu espaço, e porque tens necessidade da solidão.
Falar e escrever sobre ti, é tão difícil. Porque as almas que são únicas, não têm adjectivos suficientes.
Lembras-te quando te dizia: "vais ser enorme, meu lindo, tu vais ser graaaanddeee". Parece que a profecia vai concretizar-se. Tu sempre tiveste necessidade de voar alto, mesmo cultivando essa humildade e encantamento, que quem só te conhece, consegue compreender.
Adoro-te muito, apesar de às vezes seres tão mau comigo. Agradeço a tua presença iluminada na minha vida. Continua assim, meu Viajante do Mar. Lindo por dentro e claro, lindo por fora (mesmo quando não me deixas tocar-te). eehheheh
Milhões de Beijos iluminados para o meu menino mais apaparicado e mimado.
Ola viajante
Belo texto...
È maravilhoso... qd podemos fechar os olhos,deixar.nos conduzir pela mente e voarmos de encontro aquilo mais desejámos e amámos um dia, e nesse estado de graça, podermos voltar a repetir momentos unicos, num universo só nosso, partilhado ao promenor como mais desejariamos q assim fosse.
Bjs pra ti,continua viajando...
ADOREI o texto (para não variar...:)), de uma sensibilidade à flor da pele.
Beijos manito (e continua assim, igual a ti próprio)
Um texto simplesmente belo!
Tens uma sensiblidade literária fabulosa:)
Amei!
Beijo,
Dark Moon
Escreves lindamente e com a sensibilidade bem nítida nas entre linhas o que é sempre de louvar.
Um abraço.
Os reencontros valem sempre a pena, não é amigo?
Abraços enormes
Enviar um comentário