sexta-feira, janeiro 26, 2007 2 Sensações de Mar

Francisco, Francisco

Francisco... sempre Francisco...
--------------------

Maria Bethânia - Francisco, Francisco
Roberto Mendes/capinam
O menino e velho Chico viagens
Mergulham em meus olhos
Barrancos, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas
Lágrimas escorridas, despedidas
saudades
Francisco meu santo, a velha canoa
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os
Instantes
O vento e a vela
Me levam distante
Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens



sábado, janeiro 20, 2007 4 Sensações de Mar

Eu e a Poesia

Natália Correia escreveu que "a poesia é para comer".
Esta é uma enorme verdade...

Eu devoro-a com uma vontade sobrenatural. A minha fotografia (que pela primeira vez é exposta no meu Blog), revela essa ansiedade tremenda de alcançar o âmago da génese de todos os versos!


Este sou eu... em palco... recitando o "Cântico Negro" de José Régio...


Oxalá a Poesia se eternize em mim...



sábado, janeiro 13, 2007 3 Sensações de Mar

Busca

Na minha praia
despida de ódios,

busquei o amor intranquilo e sedento

dos amantes embalados pelo vento.

sábado, janeiro 06, 2007 7 Sensações de Mar

Praia da Despedida e da Saudade

As despedidas custam…
Foi assim naquele por do sol, em que tu me disseste que estava na hora de partires. Eu fiquei sem saber o que responder… afinal, nunca gostei de dizer adeus.
Lembro-me dos teus olhos mareados pela tristeza. Na rocha onde repousávamos, uma ligeira brisa ondulou os meus cabelos. As tuas mãos tocaram-nos e sem dizer mais nada, beijei-te com a força bruta das despedidas infelizes.
A vida é mesmo assim – murmuraste ao meu ouvido. Não soube o que responder… as horas dos amantes são sempre impregnadas de indeléveis mistérios. Raramente sabemos porque razão os prazeres são efémeros, mas intensos.

Passeámos depois pela praia deserta, de mãos dadas e de sorrisos voltados para o horizonte. A noite caía e uma luz brilhava no alto mar. O reflexo da lua projectava a sua solidão nas águas calmas do oceano que tudo leva e tudo dá.
Também ela tinha vindo despedir-se… a sua luz inundou os nossos corpos nús e num impulso encantador, fizemos amor naquelas areias sedentas de paixão.
Quando amanheceu, abracei-me a ti mas não te encontrei… quis beijar os teus lábios, mas o teu rosto não me olhou…
No lugar vazio do teu corpo, apenas o silêncio e a solidão… e foi no cantar daquelas ondas matinais, que chorei a dor da tua ausência.

quarta-feira, janeiro 03, 2007 4 Sensações de Mar

Tudo e Nada

Por vezes sei que parto na busca do tudo e do nada.
Porque amanhã regressarei de mãos vazias e desprovidas de forma,
hoje transcendo-me e julgo olhar o ignóbil
e o absurdo.

Na escuridão do tempo,
reajo com brusquidão ao sol apagado
pela mágoa imperfeita e tosca.

Nos híbridos sons da terra
encontro amálgamas de ódios conspurcados.

A fome dos amores inúteis
penetra-me e aflige-me…
porque tudo se esvai
E nada fica…

Mas o nada sou eu…
e o tudo…
ainda não sei.


terça-feira, janeiro 02, 2007 7 Sensações de Mar

No Bosque dos Enamorados


Lembras-te quando nos encontrámos?
Foi naquela rua movimentada, cheia de fantasmas vagueando sem direcção… tu sorriste-me casualmente e o meu olhar seguiu-te instintivamente até ao dobrar da esquina.
Depois, fui procurar-te ao Bosque dos Enamorados, onde Faunos me esperavam com risos cálidos e mãos cobertas de sonhos.
Ao fundo, a água corria trémula mas decidida. Juro que podia ouvir a sua melodia, impelida por peixes multicores e brincalhões.
Vestidas de branco imaculado, as Fadas do Amor galgaram espaços vindo ao meu encontro. Reconheci-as pelo seu doce aroma a maçã selvagem e pela sua silvestre beleza.
Neste cenário de fantasia, jurei ver ao fundo aquele sorriso, que momentos antes se tinha aberto para mim…
Balbuciei a palavra Amor…uma trovoada de estrelas acercou-se de nós, produzindo um carrossel de luzes, que nos embalou em movimentos de êxtase!
Percorri o teu corpo, em suaves toques impregnados de choques excitantes…
Beijaste-me e da tua boca jorrou mel… abraçámo-nos e ali mesmo, no Bosque dos Enamorados, fundimo-nos num único ser… todo ele feito de Amor… de Excitação… de Prazer!


 
;